quarta-feira, 29 de julho de 2009

Gira Dança em: "Corpo Estranho"

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Assisti ontem no Teatro Alberto Maranhã o espetáculo “Corpo Estranho”, da Cia. Gira Dança, companhia potiguar de dança contemporânea, composta por pessoas com e sem deficiência.


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Sou completamente leigo quando o assunto é dança. Mas a arte me sensibilizou.



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Pude sentir – ainda que de forma vaga, superficial, artística... – o que é sentir-se em um corpo estranho. Aliás, sinto-me constantemente dentro de um corpo estranho, e quem ja não se sentiu estranho dentro de si mesmo? Como se alguém dentro de você jamais devesse estar ali, como se aquele corpo, aquela voz, aqueles pensamentos não te pertencessem.



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O espetáculo foi construído baseando-se na história de vida pessoal dos integrantes do grupo Gira Dança, retratando a relação com o corpo e com a vida sentimental dos participantes.


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Estranho é quando não se segue padrões da sociedade, passando a sobreviver aos olhos de quem devora tudo que é seu. Então, não sei definir se somos estranhos fugindo da solidão ou encarando a dor de almas vazias. A vida, por mais simples que seja é uma busca movida por um corpo estranho, que habita dentro de nós e desperta ao longo da linha da vida. Cada pessoa, uma vida. Cada vida, um gesto, e por mais que sejam diferentes há algo em comum entre elas. Pode-se não enxergar, mais pode-se sentir ou apenas ser livre para despertar seu próprio corpo estranho. É comum em todas as vidas e que invade nosso interior sem pedir permissão, desencadeando reações que nos fazem muitas vezes refém da nossa própria imaginação. Como é difícil decifrar a imensidão desse corpo estranho que tem os dois lados da moeda e que desde o momento em que nascemos, por mais diferentes que sejamos, somos todos portadores de um corpo estranho chamado amor.



Ficha Técnica “Corpo Estranho”

Direção Artística e Coreografia: Anderson Leão

Direção Musical: Gabriel Souto e Mr. Jeff

Produção Executiva: Tatiane Fernandes

Assistente de Coreografia: Sue Ellen Figueredo

Iluminação: Daniel Rocha

Assistente de Produção: Roberto Morais

Confecção de Figurino: Fátima Brilhante

Confecção de Cenário: Ilza Leão

Fotógrafo: Affonso Nunes

Assessoria de Imprensa: Marcel Macêdo

Oficina de Expressão Teatral: Henrique Fontes

Pesquisa e Entrevistas: Soraya Guimarães


Elenco

Alyson Oliveira

Álvaro Dantas

Caju Oliveira

Danm Silva

David Costa

Jessyca Badú

Joselma Soares

Léo Bruno

Marconi Araújo

Roberto Morais

Roseane Dantas

Rozeane Oliveira

Wellington Silva


Site da Gira Dança: http://www.giradanca.com.br/

terça-feira, 28 de julho de 2009

Delírios Mudos

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Sentado do lado seu
Ouvindo promessas e dívidas
Me encho de dúvidas reprimidas
Em um corpo sedento por te ter

Comento poemas e canções perdidas
Odisséias de heróis esquecidos
Cito nomes que nunca foram ditos
Faço isso, entre sussurros e gemidos.

Quando penso que não posso mais
(Afinal não deveria)
Tuas mãos me acariciam
Teus lábios me propiciam
Me sentir entre os imortais

Me esqueço de quem eu sou
De quem era
Ou o que seria
Ofegante em ti respiro
E transpiro-ti em um mar de beijos

Ainda penso enquanto escrevo
Em quão belo será o dia
Em que na mais bela euforia
Clamaremos para o tempo
Que ele esqueça-se de nós

Sentindo tua pele sobre a minha
Olhos cerrados, de quem dormia
Navegando num mar de suor
Fazendo em teus cabelos um nó
Pra um só amor atar

E de manhã ainda acordar
Embevecido de tanto prazer
Sentindo teus braços me envolver
Convidando-me com um só olhar
Pra outra vez diante de Eros
Sentindo a música mais bela
Profanado por teus lábios
E no corpo não mais sozinho
preenchê-lo de carinho e novamente...
Te amar.

Alex Rodrigues


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Poesia feita para a minha pequena, Suylannie.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Forte dos Reis Magros


Recebi a visita de um amigo recifense, e senti-me envergonhado quando o levei para conhecer o famigerado Forte dos Reis Mag(r)os. Visitamos alguns compartimentos, muito deles vazios, o que é uma pena, pois poderiam ser ocupados com acervos históricos que pudessem enriquecer a visita. E se não bastasse a escassez de informações sobre o local - de incontável valor histórico - as poucas que ainda tinham estavam em papéis completamente mofados, rasgados, sem qualquer proteção e/ou cuidado. No banheiro, não havia água...realmente, era um forte muito engraçado, não tinha água, não tinha nada. Para onde estará indo o dinheiro destinado para a manutenção dos patrimônios históricos da cidade?
[verificar também: Marco de Santa Cruz da Bica]

Deus, o cartola do Real

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“Como pode no meio da crise alguém ter dinheiro? O dinheiro do mundo tem que ta em algum lugar. E Deus colocou esse dinheiro na mão de quem? Do Real Madri pra contratar o Kaká. Foi uma grande benção”.


O trecho nauseante foi citado pela Caroline Celico, esposa do jogador de futebol, Káka, recentemente contratado pelo clube espanhol.

Recebi o link para o vídeo através do Twitter, vi, e fiquei com o estômago embrulhado com o discurso nonsense da moçoila, e futura pastora! (???)

Ao chegar na segunda feira, no meu local de trabalho, me deparo com uma relativa repercussão da declaração, dada pela Caroline. Saio na Folha de São Paulo, e no DN Online.

Fiquei pensando que talvez Deus esteja meio gagá, que com tanta gente necessitada por aí, ele resolveu brincar de Eliffot (pt.wikipedia.org/wiki/Elifoot), apostando todas as fichinhas no Real Madrid. Ainda pensei que ele estivesse também, jogando uma partidinha de Ages Of Empires (pt.wikipedia.org/wiki/Age_of_Empires), pois segundo a esposa do jogador, “O Senhor estava nos querendo lá em Madrid...”, “...é que nós vamos estar podendo abrir uma igreja”. Ok, ok... e o Império (Hernandes) Contra-Ataca, com Caroline na zaga, Kaká no ataque, os Hernandes de treinadores, e Deus...bom..bota esse cara de gandula, que hoje em dia ele não joga mais nada – pelo menos é o que essas pessoas devem pensar, ao dar tais declarações.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Me da água, Jesus!

Na última igreja1 pela qual eu passei, soube de um ocorrido bastante curioso, e que somente agora – aproximadamente 3 anos depois – resolvi refletir sobre o fato.

Durante um culto de domingo, na salinha das crianças, as pequeninas faziam uma oração, liderada por uma menina de, mais ou menos, 3 anos, que de forma insistente repetia a seguinte frase:

-Jesus, me da água, Jesus!

-Jesus, me da água, Jesus!

-Por favor, Jesus, me da água!

Após o término da oração, a “tia” perguntou se a pequena estava com sede, e a mesma balançou a cabeça de forma afirmativa. A “tia” então levantou-se, foi até o bebedouro, e trouxe um copo com água para a “pequena samaritana” (alusão a João 4. 15 “Disse-lhe a mulher: Senhor, dá-me dessa água, para que não mais tenha sede, e não venha aqui tirá-la.”), saciando, assim, a sede da menina.

Como já foi citado acima, poderíamos fazer uma alusão ao episódio da mulher samaritana, que se encontra com Cristo na fonte de Jacó. Mas gostaria de me ater a outra perspectiva.


Incansavelmente pedimos coisas a Deus - e com a nova onda dos decretos serviçais (onde quem é servo decreta ao seu Senhor o que este deve fazer-lhe), os pedidos se tornaram mais absurdos e mais frenéticos, adquirindo o status de ordenanças – e como se não bastasse pedirmos, limitamos, e exigimos a forma com que as coisas têm que acontecer.

Ao que me parece, alguns que se denominam cristãos, acharia mais provável, o Todo Poderoso mandar uma chuva dentro da salinha infantil, ou uma mangueira se materializar dentro da sala (juntamente com uma torneira), ou até mesmo um anjo aparecer com um balde nas mãos e dar a tão suplicada água para a pobre criança sedenta, do que a “tia” se sensibilizar, se levantar, colocar a água num copo, e servir a menina. Claro, Deus poderia fazer qualquer uma dessas coisas, mas onde estaria a nossa participação como co-herdeiros em Cristo? Será que ser co-herdeiro implica somente em uma atitude mesquinha e parasitária, perante o Corpo de Cristo, sugando todos os nutrientes e benefícios para si, sem se preocupar em contribuir para a manutenção deste Corpo?

Deus poderia ter feito tudo sozinho, mas não, a sensibilidade para ouvir a necessidade tão simples e óbvia, nesse caso, contribuiu para o bom serviço, por parte da “tia”, e a satisfação, por parte da criança. Sejamos, pois, então sensíveis, para ouvir a voz dos necessitados – mesmo que em alguns casos, os necessitados sejamos nós - e antes que façamos uma oração invocando a presença e a ação de qualquer criatura que seja - em uma clara atitude de abstenção - pensemos no que podemos ser úteis, como poderemos contribuir, como poderemos acrescentar e assim como a “tia” da salinha das crianças fez, abramos os olhos após ouvir as necessidades, e com a Graça de Cristo que nos foi dada, voltemo-nos para a ação, ainda que essa implique e resulte em um simples, mas eficaz, copo d'água.

PS: Essa história realmente aconteceu.

1Utilizei a palavra igreja referindo-me a instituição, e não ao seu sentido original, que quer dizer reunião de pessoas (do grego: Ekklēsía);

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Novo Cabeçalho

O tangoCALANGOtango esta com um cabeçalho novo, feito pelo meu amigo Héssed.
[Em breve, um banner de parceria!]

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Valeu HesMart!

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Nossas terras têm palmeiras…e quais outras não há?

O Dicionário da Língua Portuguesa Caldas Aulete define como bairrista “todo aquele que considera exageradamente os interesses da sua cidade ou estado e menospreza ou hostiliza os demais”. Como é notório na definição semântica, o bairrismo não pode ser considerado uma virtude, nem muito menos uma obrigação.

Como nordestinos – e potiguares – somos educados a “reconhecer” que tudo o que temos e/ou fazemos, não deve em nada aos demais estados. Logo somos “obrigados” a consumir o que é nosso, uma vez que estamos em pé de igualdade com as outras estrelas da flâmula nacional. Pois bem, acho esse pensamento deveras medíocre, retrogrado e provinciano.

Seria até aceitável tais atitudes, se ainda vivêssemos em uma colônia portuguesa, isolados do “Velho Mundo”, aí sim, teríamos – talvez – que consumir o que é nosso, e até supervalorizá-lo em detrimento de outros, pois o acesso seria – em sua maioria – restrito as produções da própria colônia.

Pois bem… Cá estamos em pleno século 21, ainda com aquele espírito provinciano de “da terra da gente”. Devemos consumir algo pelo simples fato daquilo ser bom, ter qualidade, ser aprazível e não por ser “nosso”. Serei cômico ao dizer que o único produto que não deveríamos consumir por não ser nosso seria os produzidos pelos nossos vizinhos, os marcianos, mas mesmo assim, habitamos a mesma galáxia, e agora? O que fazer? Pra onde foi todo o bairrismo?

Diante da Internet, do Google, da Globalização, não existe mais espaço para bairrismos. De fato devemos dar visibilidade aquilo que está escondido, acanhado, mas não supervalorizar em detrimento dos demais. No caso da indústria cultural, isso pode ser até saudável para o artista, pois se o supervalorizamos por ser “nosso”, das duas uma: ou ele fica preso dentro do que é “dele” e não alça vôos maiores, ou simplesmente ocorre o oposto, alça vôos maiores acreditando – por nossa culpa – ser um tremendo de um gavião, enquanto não passa de um pobre galinho garnisé, que logo é abatido quando sai do seu galinheiro.

Concluo que lamentavelmente existe sim bairrismo no nosso “querido e amado” estado do Rio Grande do Norte, ou será que nunca ouvimos um “compre que é daqui”, “gente da terra da gente”, show com “artistas da terra”? Seria bem mais proveitoso se exorcizássemos o espírito provinciano dessas terras de Meu Deus, e com isso quem sabe passaríamos até a sintonizar alguma rádio dos “homenzinhos verdes”.