segunda-feira, 30 de novembro de 2009

A glorificação do tosco e do ridículo


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Estátua de Iemanjá na Praia do Meio - obra do artista assuense Etewaldo Santiago

O Novo Jornal publicou na edição deste domingo uma matéria primorosa sobre os bizarros e mau cuidados monumentos (?) da cidade de Natal. A matéria do jornalista Alexis Peixoto ressalta algo que desde a minha infância eu ja percebia. As estátuas daqui de Natal são bem estranhas. Algumas são estranhas desde a sua composição, outras vão se "estranhando" com o passar do tempo - ja que não recebem um cuidado adequado por parte dos orgãos públicos - é como bem falou o artísta plástico Vicente Vitoriano, "- Os monumentos são invisíveis para a população, e o poder público aproveita que ninguém liga e não faz nada para preservá-los".

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Estátua de José Augusto

Acredito que o estopim da matéria tenha sido a "obra" em homenagem a José Augusto, instalada em frente ao prédio da Assembléia Legislativa. A estátua escupida em cimento - e depois pintada de dourado para simular um aspecto metálico - possui características da arte santeira, geralmente produzida em escala menor. O memorialista Sandro Fortunato disse que "é uma homenagem as avessas". Há quem diga até que a pobre estátua se parece mais com um "boneco de posto".

Criar igreja e se livrar de imposto custa R$ 418

da Folha Online


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Reportagem de Hélio Schwartsman, da equipe de articulistas da Folha, mostra que bastam cinco dias úteis e R$ 418,42 para criar uma igreja no Brasil com CNPJ, conta bancária e direito de realizar aplicações financeiras livres de IR (Imposto de Renda) e de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).

A reportagem, publicada neste domingo na Folha (íntegra disponível para assinantes do UOL e do jornal), informa ainda que não existem requisitos teológicos ou doutrinários para a constituição de uma igreja nem se exige um número mínimo de fiéis --basta o registro de sua assembleia de fundação e estatuto social num cartório.

Além de IR e IOF, igrejas estão dispensadas de IPTU (imóveis urbanos), ITR (imóveis rurais), IPVA (veículos) e ISS (serviços), entre outros impostos. Se a Lei Geral das Religiões, já aprovada pela Câmara e aguardando votação no Senado, se materializar, mais vantagens serão incorporadas.

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E os latifundios religiosos improdutivos se mutiplicam de forma avassaladora, enquanto nossa sociedade se encontra cada vez mais carente de uma mudança realmente significativa.

E sigo dizendo que o melhor movimento ainda é o AMOR!

sábado, 28 de novembro de 2009

Os dez piores livros da década, segundo o "The Times"

da Folha Online

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Dan Brown, autor de "O Código da Vinci"

Um dos maiores sucessos de venda dos últimos anos, "O Código da Vinci", de Dan Brown, foi eleito pela equipe do suplemento de literatura do jornal inglês "The Times" como o pior livro da década. Em contrapartida, "A Estrada", de Cormac McCarthy, foi escolhido como o melhor de todos.

"O Código da Vinci" vendeu mais de 70 milhões de exemplares pelo mundo todo e tornou-se um dos maiores fenômenos da história no mercado de livros. O novo livro de Dan Brown, "O Símbolo Perdido" vai pelo mesmo caminho: no primeiro dia em que chegou às livrarias atingiu a marca de 1 milhão de cópias vendidas. Mesmo com todos esses números de vendas, para o jornal, o que desqualifica o best-seller de Dan Brown é o seu texto, já que sua introdução "parece o início de uma história de um tablóide e não de um livro".

Na contramão dos gostos e desgostos do "The Times", este livro de Dan Brown ocupa também a décima posição entre os melhores livros da década. (Vai entender esse povo e suas manias de listas, né?!)

Em segundo lugar entre os piores, aparece o best-seller de autoajuda "O Segredo". A obra ensina a atingir o sucesso mantendo um pensamento positivo. Segundo o The Times, as referências a Jesus, Newton, Beethoven e Einstein fazem dele "insuportável".

A modelo inglesa Katie Price, também conhecida como Jordan, aparece com sua autobiografia "Being Jordan" (sem tradução para o português) na terceira posição do ranking dos piores livros da década. E é considerado influente, mas não de uma boa maneira.

"Vernon God Little" ocupa o quarto lugar entre os piores e narra a vida de um adolescente sarcástico, que tem uma mãe com problemas emocionais. Apesar de ter ganho o prêmio "Man Booker 2003" como um romance de humor negro que reflete o fascínio e o medo que temos pela América, o "The Times" acha que os elogios ao livro não são merecidos.

Finalizando a lista, "Dylan's Visions Of Sin", sem tradução para o português, aparece em quinto lugar. O livro analisa as letras das canções de Bob Dylan. Segundo o jornal, "esta carta de amor a Dylan é tão embaraçosa de ler quanto uma carta adolescente em que você não está envolvido".

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Fonte: Folha Online

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Eu queria ser...

A fotógrafa Prisila Prade reuniu 55 famosos com a proposta de caracterizá-los de acordo com seus ídolos, em poses e composições clássicas. As fotos farão parte do livro "EQS - Eu Queria Ser".

"Neste trabalho, busquei artistas de personalidades distintas, muitas vezes, completamente diferentes dos ídolos em questão, justamente para brincar de algo que seja oposto ou inesperado em cada artista que trabalhou comigo", comenta Priscila.

O jogador Raí e os cantores Pitty, Gabriel Pensador, D2, Fernanda Takai e Edgar Scandurra são outros famosos que toparam ser fotografados.

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Sandy é a Mulher-Gato (na verdade acho ela bem gata mesmo)


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Jorge Ben Jor de George Washigton


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Eliana à la Marilyn Manson (o que ela terá feito com o Melocoton?!)



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Nasi (Ira!) de Wolverine (nem foi preciso tanto esforço)


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Fernanda Abreu homenageia Prince


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Luiza Possi ataca de "Pequeno Alex" (Laranja Mecânica)

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Fonte: Quem e Terra

Aprovada regulamentação da profissão de repentista

Reportagem - Luiz Claudio Pinheiro/SR


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A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) aprovou na última terça-feira (23), em caráter conclusivo, proposta que regulamenta a profissão de repentista. A matéria segue agora para análise do Senado.

A CCJ acompanhou o parecer do relator, deputado Mauro Benevides (PMDB-CE), e aprovou a proposta nos termos do texto substitutivo da Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público, que não vincula o exercício da profissão ao registro em entidade de classe.

Benevides argumentou que a obrigatoriedade do registro contraria dois incisos do artigo 5° da Constituição - um que veda a interferência estatal no funcionamento das associações e cooperativas, e outro que garante ao cidadão o direito de não ser compelido a associar-se ou a permanecer associado.

Segundo o relator, o substitutivo aprovado, ao retirar a exigência do registro, cumpriu o papel de sanear essas inconstitucionalidades do texto original.

Registro
O texto inicial utilizado como base foi dos projetos de lei 613/07, do deputado André de Paula (DEM-PE), e 1112/07, do deputado Wilson Braga (PMDB-PB). A diferença entre os dois projetos está justamente na questão do registro como condição para o exercício profissional. O projeto de André de Paula inclui a exigência, enquanto o de Wilson Braga, que prevaleceu, a dispensa.

Pela proposta aprovada, esses profissionais são autorizados a organizarem-se em associações de classe autônomas, em nível local, regional e federal. Mas não precisarão do registro nessas entidades para se exibir em espetáculos públicos, com direitos garantidos em igualdade de condições com os demais artistas.

Repentista
O repentista é definido pela proposta como o profissional que utiliza o improviso rimado como meio de expressão artística, transmitindo a tradição e a cultura popular por intermédio do canto, da falta ou da escrita, sendo citados como tais o cantador e o violeiro improvisador, o embolador e o cantador de coco, o poeta repentista, o contador e o declamador de causos, e o escritor de literatura de cordel.

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Fonte: Agência Câmara

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Vinte e quatro de novembro de mil novecentos e oitenta e nove

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Em 24 de novembro de 1989, o Partido Comunista renuncia ao poder na Tchecoslováquia depois de movimentos populares de oposição. Enquanto isso eu nascia.

Ontem dei-me como presente uma bela noite de sono e descanso.
Não sou muito ligado a presentes. Mas confesso que adorei os que recebi.
O amor da minha família e de amigos mais chegados foi muito bom.

O amor da minha namorada (me entregue com uma certa antecedência) superou até o Super Nintendo que recebi do meu pai quando tinha 7 anos.


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Também recebi um ótimo presente da minha amiga, irmã, confidente e afins, Alyne Barreto...

Segue o presente:


Queria escrever versos
Rimados bem espaçados
Em soneto, com dois quartetos
e dois tercetos

Fora de cogitação
Nossa relação
Nunca foi ordenada
Sempre cheia de falhas

Primeiro que você era Diogo
E eu não era ninguém
Depois você era amigo
E eu amiga, também

Mas logo vieram as brigas
Confusões
DR's
Então aprendemos:
-Não vamos nos moldar os jeitos

Nossa relação agora?
Não é nenhum mar de rosas
Nem de cravos ou violetas

É simples, bem simples
Eu amo você
E você me ama

IRMÃOS PARA SEMPRE
AMIGOS PARA A ETERNIDADE

"porque há amigos mais chegados que irmãos."

Alyne Barreto


Natal S.A.

Por Luis Eduardo Matta para o Digestivo Cultural

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Todo fim de ano é a mesma coisa. Chega o mês de dezembro e as nossas cidades se enchem de uma atmosfera única, radiosa, de uma efervescência colorida, onírica, mágica. As fachadas se enfeitam, as ruas ganham um fôlego renovado, o vozerio animado das pessoas em torno das vitrines sedutoras das lojas, das árvores de natal montadas nos grandes shopping centers, das prateleiras de supermercados repletas de iguarias natalinas, de frutas secas, nozes e castanhas a perus e tenders congelados; de convidativas postas de bacalhau a caríssimas cestas sortidas preparadas em vários tamanhos e preços. Tudo para celebrar a grande data do ano, a época em que todas as pessoas, felizes, risonhas e generosas, se abraçam e se emocionam, trocam presentes, perdoam umas às outras e se irmanam nesta celebração única: o dia de Natal.

Peço licença aos meus caríssimos leitores para sairmos, por alguns parágrafos, desta atmosfera ideal e ingressarmos num panorama um pouco mais próximo à realidade ou, pelo menos, a uma parte considerável da realidade de milhões de pessoas que, mesmo sem saber, são anualmente aviltadas por essa loucura doentia na qual, uma data tão especial como o Natal se converteu de algumas décadas para cá: uma festa que deveria ser, essencialmente, uma celebração simples e desprendida, transformada, à revelia, numa ode alucinada à compulsão consumista e a um pretenso hedonismo que pouco têm a ver com o que se entende como espírito natalino. Para muita gente, aliás, o mês de dezembro representa a promessa de um martírio: a época do ano em que todos se sentem obrigados a estar felizes, reunidos e em paz com suas famílias, com dinheiro de sobra em caixa para gastar em presentes vistosos e na preparação de uma ceia farta e com muita disposição para encarar a verdadeira maratona que é fazer as tão concorridas compras de Natal. É como se toda a sociedade se visse, de súbito, acometida de uma hipnose generalizada. Basta ligar a televisão que, no primeiro intervalo, começam a pipocar as avalanches de propagandas de Natal, cada loja com suas promoções "imperdíveis" e seus(as) garotos(as)-propaganda desfilando em trajes de Papai Noel (trajes, diga-se de passagem, bastante improváveis para um Natal em pleno verão).

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segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Walker Evans - Dignidade em Meio as Ruínas


Walker Evans encontrou o equilíbrio adequado para registrar a Grande Depressão. E se tornou um dos principais fotodocumentaristas de todos os tempos

Por Eder Chiodetto

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NA CRISE
Truck and Sign, 1930. Ao perseguir a documentação do visível, como na foto do caminhão que carrega um letreiro com a palavra "danificado", Evans foi na contramão das vanguardas da época, que perscrutavam a subjetividade do homem


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OUTRA DIREÇÃO
- Traffic Arrow, entre 1973-1974. Realizadas nos últimos anos de vida de Evans, as fotos tiradas com câmera Polaroid retomam o devaneio estético e as experiências menos engajadas - e mais lúdicas - do início de sua carreira


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ESPERANÇA
West Virginia Living Room, 1935. Os personagens de Evans preservam no fundo dos olhos a crença em dias melhores, como nesta brilhante e irônica contraposição entre um menino e anúncios publicitários. Entre seus seguidores está o suíço Robert Frank, consagrado pelo registro dos Estados Unidos do pós-guerra no livro Os Americanos (1958)


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UM OLHAR
Alabama Tenant Farmer, 1936. De semblante sério, o camponês Floyd Burroughs encara o fotógrafo. A roupa puída, o fundo negro e a luz uniforme, além da composição centralizada - apenas aparentemente banal -, geram hipnotismo em quem os observa


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DE PASSAGEM
Subway Passengers, New York, 1938. Na saborosa série de anônimos no metrô de Nova York, feita nos anos 40, Evans captou as pessoas em trânsito, sem se deixar perceber. Sua invisibilidade é diretamente proporcional ao grau de naturalidade de seus flagrantes


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RECORTES
Excavation for Lincoln Building, East 42nd Street and Park Avenue, 1929. Em ângulos incomuns, os arranha-céus de seus primeiros registros, na década de 1920, são uma clara referência ao modernismo do início do século XX


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Veja mais fotos aqui
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Retirado do site da revista Bravo!

Maluco Beleza

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Torne-se. Depois disso, Transforme-se. Quando se tranformar, Repagine-se.

Mude de cor. Altere o tom. Largue as roupas velhas, você não precisa mais delas: guarde-as na lembrança. Quem sabe o que é ter e perder sabe a importância de se desprender. Desprenda-se.
Já é tempo de mudança. Decida-se. Questione-se. Mentalize. Uma hora ou outra algo vai acontecer. Olhe para os lados. Não vale a pena ser um louco comum. Achou isso estranho? Pois é, eles existem. Loucos que realmente acham que são loucos mas na verdade são tão normais quanto quaisquer pessoas que eles mesmo chamam de normais. Isso é estranho, isso sim.
Seja um maluco beleza. Aprenda a ser louco, não se ache louco. Achar-se louco é muito comum.
Eu vou ficar, com certeza um maluco beleza, mas ainda sou muito comum para me considerar como tal.
Não pense que isso não diz respeito ao cristianismo. Seja livre e interprete como quiser.
Como dizia Raul: "A arte de ser louco é jamais cometer a loucura de ser um sujeito normal."
E Paulo dizia: "Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias (...)"

Pense. Repense. Jogue no lixo. Volte atrás. Todos estão cansados de sujeitos normais.

Artista: Raul Seixas
Música: Maluco beleza

"Enquanto você se esforça pra ser um sujeito normal
E fazer tudo igual... Eu do meu lado aprendendo a ser louco, maluco total
Na loucura real... Controlando a minha maluquez
Misturada com minha lucidez
Vou ficar
Ficar com certeza
Maluco beleza
Eu vou ficar
Ficar com certeza
Maluco beleza
E esse caminho que eu mesmo escolhi é tão fácil seguir
Por não ter onde ir... Controlando a minha maluquez
Misturada com minha lucidez
Vou ficar Ficar com certeza Maluco beleza (...)"

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Texto retirado do blog do meu amigo Murillo Jales

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

DoSol à Lua – Resenha 2º Dia [com delay]


Domingueira. Segundo dia do Festival DoSol 2009. Prevalecem as bandas mais "vitaminadas" - se é que vocês me entendem. Cheguei as 17 horas e o Nervo Chaos tinha acabado de subir no palco do DoSol avisando que "Deus não estava alí", como não curti muito o som, logo logo eu também não estaria.



Antes ja tinham tocado os cabra macho do tipo coçasacocospenochão do Dr. Carnage, depois do show dos caras foi preciso chamar o pessoal do I.T.E.P. e em seguida veio o punk rock bubblegum do Fliperama.



Depois do Nervo Chaos, vieram os tiozinhos do Deadly Fate pra quem gosta de power rock melódico com guitarras firulentas e vocais agudaiados.



Acabei não assistindo o show do Distro, o que hoje esta me rendendo uma especie de arrependimento diante das ótimas resenhas que tenho lido referentes ao show dos caras.

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Os noruegueses do Pulverhund até que tentaram fazer um show bacana, mas nem o ar tupiniquim trazida pelo baterista brasileiro animou a turma presente que tava a a fim mesmo era de uma roda de polga. Particularmente eu gostei muito do som dos caras. Mas acho que se eles tivessem tocado no sábado, o show teria fluido bem melhor e o pública teria participado bem mais. Eles eram os caras certos no dia errado.

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Não assisti ao show dos potiguares do Comando Etílico. A brutalidade começou a comer solta quando os cariocas do Confronto entraram no palco do Armazém Hall. A banda era uma das mais esperadas pela turma da polga, mosh pit & Cia. Até eu que ando bem recatado, voltei aos meus 14 anos e me acabei nas rodas de polga - e de brinde ganhei um torcicolo filhadamãe. Donos de uma filosofia controversa e confusa, os rapazes do Confronto falavam constantemente em "resistência", "luta", "seus inimigos estão lá fora", mas nunca ficava claro contra o quê ou quem ele estava se revoltando. Ah! E sem esquecer do célebre momento em que depois de cantar algumas "belas canções" falando sobre amor, respeito e tudo o mais. Ele olha pra a platéia, dividi-a ao meio e promove um "War of Death", ou seja, o pessoal da esquerda contra o pessoal da direita, e ele dizendo que queria vêr a destruição... interessante. Lá pelas tantas, o vocalista Felipe Chehuan convida Paulo Sequela - vocalista do I.T.E.P. e fã declarado da banda Straight Edge - para cantar uma música com eles, Sequela quase se desfez em lágrimas.

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Depois do Confronto, vieram os garotos do Calistoga. Show muito bom, agitado, e finalizado com os clássicos noises. Definitivamente uma das bandas natalenses de maior destaque no cenário roquenrôu.

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Lá pelas 20:30, foi a vez de "Arrudiar" ao som da nordestinidade punkrock do Devotos. Foi um belo show com clássicos antológicos da banda "lá do Alto Zé do Pinho".

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A goiana Mugo foi uma das bandas mais interessantes da noite, sendo prejudicada pelo pouco público presente no DoSol - a maioria do pessoal ficou pelo Armazém esperando o The Exploited subi ao palco. A banda goiana tem uma sonoridade bem trabalhada, estilo bandas gringas de metalcore, e ja possui até videoclip na MTV. Bacana mesmo.

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A cuspideira começou antes mesmo das 22:00. Quando o The Exploited subiu ao palco trazendo sua metralhadora ensandecidade de cuspes, Wattie Buchan. O som foi pesado, a polga foi insana e pelo menos a minha volta pra casa foi mais tranquila do que no sábado, com direito a um açaí de leve pra repor as energias.

Fotos: Fabio Farias (para a Revista Catorze) e Juliana Cortês (para o portal Rock Potiguar)
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PS:
Mais o Festival DoSol 2009 ainda não acabou. A fase "música contemporânea" começa no dia 19 e vai até o dia 22 de novembro. Com os seguintes shows na Casa Da Ribeira:

QUINTA-FEIRA – 19 DE NOVEMBRO
PROJETO TRINCA (RN)
VISITANTES (SP)
AUTOMATICS (RN)

SEXTA-FEIRA – 20 DE NOVEMBRO
EU SEREI A HIENA (SP)
CAMARONES ORQUESTRA GUITARRÍSTICA (RN)
A BANDA DE JOSEPH TOURTON (PE)

SÁBADO - 21 DE NOVEMBRO
SEUZÉ (RN)
EXPERIÊNCIA ÁPYUS (RN)
MACAXEIRA JAZZ (RN)

DOMINGO - DIA 22 DE NOVEMBRO
SIMONA TALMA (RN)
L.A.B. (RS)
ONOFFRE (RN)

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

DoSol à Lua – Resenha 1º Dia


Subi morro, ladeira, córrego, beco, favela, até chegar lá. Das ruas que circundam o recanto mais pop do underground potyguar, a Rua Chile, já se escutavam os sons vindo da nona edição do Festival do Sol. Sábado, o primeiro dia de festival ja é conhecido pelos ritmos dançantes e bandas mais “lights”, ao contrário da conhecida brutalidade das bandas do segundo dia. Cheguei propositalmente atrasado – 18 horas - , o festival começava as 15:30, e as primeiras bandas não me chamavam tanta atenção. Entrei no Armazém Hall e os catarinenses do Cassim & Barbaria já estavam no palco. Com um som experimental, dois bateristas e um baixista a lá Tropeço (ver: Família Addams) a banda não estigou muito o público presente, que só se mexeram quando o vocalista jogou um punhado de apitos de plástico para que o pessoal assoprasse e fizesse as zuadas necessárias para compor uma música.


Cassim e Barbária


Não assisti ao show do Bugs. Em seguida vieram os baianos do Vendo 147, excelente banda de instrumental, a qual eu já havia baixado um EP que nem pode ser comparado ao que os caras fazem ao vivo. Passando por cima do pouco espaço reservado para a bateria – e que daria trabalho para outros bateristas – o Vendo 147 colocou dois bateristas para tocaram na mesma bateria, um de frente para o outro, com direito a trilha de Caverna do Dragão e tudo mais. Resultado: uma das melhores atrações do festival.


Vendo 147


Depois vieram os comedores de camarão d’Os Bonnies, com seu roquenrôu pra lá de conhecido nessa terrinha de Noel. Depois d’Os Bonnies, foi a vez do organizador do festival – Anderson Foca - apresentar o seu novo trabalho como baixita do Rejects. A banda até que tem um som trabalhado, mas nada de muito novo, mantendo a linha de bandas como Motorhead, Metallica e afins. A banda só animou o público, quando tocou um cover de “Rockin’in the Free World” do Neil Young.


Sick Sick Sinners


Três figuras. Dois topetes/moicanos ao melhor estilo rockabilly/anos 50. Uma guitarra. Uma bateria. E um baixo acústico estilizado, com o nome da banda curitibana de psychobilly, Sick Sick Sinners, era o que compunha o palco do DoSol, enquanto uns baianos aqueciam seus Retrofoguetes, no palco do Armazém. Esta foi mais uma banda que encabeçou a minha lista de melhores atrações do festival. Com um som que mistura Surf Music, música de auditório, Tarantino’s Music e roquenrôu, os caras do Retrofoguetes agitaram - e muito - o público presente. Se é pra defini-los em um único estilo musical, escolho... Divertido.


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O que poderia sair do cruzamento de Seu Madruga + Jimi Hendrix + Jack White + participação especial de Valderrama? Uma versão jamaicana de White Stripes? Não. Uma dupla sergipana chamada The Baggios. Tendo seu baterista original substituído de última hora por um jovem rapaz que muito me lembrou o colombiano Valderrama, a banda não fez feio de forma alguma. Particularmente gostei muito do som, que mistura blues, rock de garagem e otras cositas mas.


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Infelizmente perdi boa parte do show que eu tanto esperava. Quando os canadenses do Danko Jones entraram no palco, eu saí para resolver como seria a minha árdua volta pra casa, naquela – já então – madrugada. Ainda consegui escutar uma das minhas músicas favoritas “Code of the Road”, que abriu o show dos caras. Conversa vai, conversa vem. Ligações e mais ligações telefônicas em busca da resolução de meus problemas de retorno à minha humilde residência, perdi também o show da banda pernambucana Nuda.


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No momento em que os natalinos do DuSouto entraram no palco, eu já estava praladebaguidá e nem me animei tanto com o show. Não que os caras estivessem desanimados, muito pelo contrário. Eles mandaram muito bem e fizeram a galera suar a camisa ao som de músicas cantadas e dançadas em um imenso coro/corpo de baile que não deixava a banda sair do palco. Após o swing do DuSouto, o pessoal também swingado da Orquestra Boca Seca continuou embalando o pessoal com uma sonoridade tipicamente brazuca, preparando o pessoal pra o fechamento do primeiro dia com Eddie.


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A banda pernambucana conseguiu de forma mágica fazer com que, até os mais cansados, fossem embalados pelas excelentes músicas que mesclam rock, manguebeat, dub, samba e afins, com letras extremamente criativas, e que fazia todo mundo cantar junto. Ao final do primeiro dia do Festival do Sol, restou-me a boa impressão das bandas baianas de instrumental (Vendo 147 e Retrofoguetes ) e um retorno triunfal ao meu humilde domicílio, de ônibus.

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Fotos: Vanessa Trigueiro para a Revista Catorze