Cada lágrima minha não é por sua total falta de atenção, mas pela minha total discrição e medo. Se haviam laços de olhares, de abraços, tudo foi solto pelo compromisso assumido por você! Mas cada detalhe que vivo lembrando ainda sustenta o doce do amargo.
Ah... O amargo! Qual bela textura, lindo cheiro, palpável olhá-lo, porém, acabou, terminou o que nem começou (clichê?! É porque nunca usas-te) por falta de palavras, por excessiva timidez e grande desmotivação, pois é: desmotivação! Não sei se minha não sei se sua. Porque se houvesse motivação, haveria atração, afeição.
Sinto-me falhar nessa narração-descritiva. Há emoção, mas o que faltou foi uma profunda paixão por um dos dois lados. Como sustentar tal sentimento amargo desprovido de recarga?
Na verdade existe uma maneira cruel, algo mais forte que a dor, para, só então meu peito não se partir, a esperança a qual um dia findará junto à mim quando sem o suspiro da respiração eu ficar anestesiada pra sempre na felicidade de não poder sentir, sentir algo não sentido, não findado e nem começado.
Estarei nos meus sonhos onde posso controlar minha emoção ou bagunçar seu coração, onde tudo e nada acontece, onde nada perece e tudo é felicidade mesmo sendo o impossível, porque a impossibilidade não existe.
Nem ela... Nem ela a qual perturba a paz do existir. Ah... A paz! Belo e terrível o seu paladar, pois se esconde dos perturbados e não é reconhecida pelos excluídos de uma tribo, a tribo que tem o doce e afável olhar mais terno - olhar dos enamorados.
Não sei olhar. Mesmo olhando não percebo, pois flutuo na paisagem da paz e na agonia da solidão, assim fujo para o horizonte onde eu não vejo nada: nem você, nem o amor, nem a falta de percepção, nem a desistência, nem agonia, nem a dor ou a ausência dela. Não vejo nada e nem ninguém e nem vestígios de um dia ter sido Viva!
Alyne Barreto
Nenhum comentário:
Postar um comentário