Os fatos comovem. Em todos os sentidos. No entanto, a falta de um tratamento adequado por parte da mídia, transformou o que seria uma matéria jornalística, em uma novela, ou até mesmo um seriado: “The Nardonis”.
A 1ª Temporada começou em 2008, quando ocorreu a lamentável morte da pequena Isabella, de apenas cinco anos de idade. Emissoras do Brasil inteiro encontraram aí uma boa fonte de renda e de audiência. “Isabellas” morrem diariamente das formas mais variadas. Mas a maioria atinge apenas o status de um curta-metragem ou apenas um teaser. Nunca chegam a se tornar um seriado.
Antes eu utilizava o termo seriado como uma forma de ironizar a situação do jornalismo brasileiro. Mas uma tia me fez mudar a concepção do termo. Em 2008 ela acordava todos os dias para acompanhar os capítulos transmitidos em detalhes pelo Recordiano “Hoje em Dia”. E com o mesmo tom que ela discutia o paredão do BBB e os dramas das Helenas, ela opinava, criticava, julgava os capítulos transmitidos em “The Nardonis”.
A 2ª Temporada já começou. “The Nardonis – O Julgamento” está sendo transmitido quase aos moldes de um Reality Show. Jornalismo em tempo real? Talvez. Mas ainda arrisco dizer que todo o roteiro, enredo, personagens e argumento já estão escritos. As câmeras posicionadas e a fotografia ajustada. Acredito que jornalismo não se faz assim. Seriados sim. Alguém arrisca dizer qual será o final?
Suplico aos raivosos, sensíveis, delicados e comovidos que não me mande à fogueira santa da inquisição por querer expressar aqui minha opinião. Também sinto muito o terrível ocorrido. Não duvido do sofrimento dos familiares. Da mãe, dos avós, amigos, família... E também desejo uma ação judicial descente para o caso. Só não consigo aceitar que programas de TV, jornais e outros veículos transmitam uma história baseada em fatos reais.
A 1ª Temporada começou em 2008, quando ocorreu a lamentável morte da pequena Isabella, de apenas cinco anos de idade. Emissoras do Brasil inteiro encontraram aí uma boa fonte de renda e de audiência. “Isabellas” morrem diariamente das formas mais variadas. Mas a maioria atinge apenas o status de um curta-metragem ou apenas um teaser. Nunca chegam a se tornar um seriado.
Antes eu utilizava o termo seriado como uma forma de ironizar a situação do jornalismo brasileiro. Mas uma tia me fez mudar a concepção do termo. Em 2008 ela acordava todos os dias para acompanhar os capítulos transmitidos em detalhes pelo Recordiano “Hoje em Dia”. E com o mesmo tom que ela discutia o paredão do BBB e os dramas das Helenas, ela opinava, criticava, julgava os capítulos transmitidos em “The Nardonis”.
A 2ª Temporada já começou. “The Nardonis – O Julgamento” está sendo transmitido quase aos moldes de um Reality Show. Jornalismo em tempo real? Talvez. Mas ainda arrisco dizer que todo o roteiro, enredo, personagens e argumento já estão escritos. As câmeras posicionadas e a fotografia ajustada. Acredito que jornalismo não se faz assim. Seriados sim. Alguém arrisca dizer qual será o final?
Suplico aos raivosos, sensíveis, delicados e comovidos que não me mande à fogueira santa da inquisição por querer expressar aqui minha opinião. Também sinto muito o terrível ocorrido. Não duvido do sofrimento dos familiares. Da mãe, dos avós, amigos, família... E também desejo uma ação judicial descente para o caso. Só não consigo aceitar que programas de TV, jornais e outros veículos transmitam uma história baseada em fatos reais.
Será que vão fazer streaming na na internet ou pelo menos disponibilizar os episódios para baixar?
ResponderExcluirNão quero perder (será?), já que faz um tempo q me distanciei já faz um tempo da tevê
/\ aff, o comment acima saiu gaguejado? o_O
ResponderExcluir“Infeliz o país que tem necessidade de heróis”
ResponderExcluir(Brecht in A vida de Galileu, 1938)
A espetacularização tornou-se um paradigma da mídia televisiva brasileira. Na nossa TV, operações policiais, crimes hediondos, combate ao tráfico, julgamento de criminosos vis e temas afins recebem um verniz piegas e sensacionalista como se fossem pinçados das melhores tramas dos autores de novelas e seriados. A realidade, nua e crua, vira grotesco espetáculo que move a pauta e passa por cima da ética gerando o prato indigesto que alimentará a massa faminta de justiça e de heróis, mesmo que estes sejam crianças inocentes mortas pela insanidade dos adultos desajustados.