quinta-feira, 25 de junho de 2009

Ouço vozes

Confesso que tenho até medo de começar esse texto falando a palavra “diploma”, pois sinto que alguns leitores já desembainhariam o temido ALT + F4, e aí você já pode imaginar, lá se vai mais um texto sem direito se quer a um último suspiro – tenho que declarar que eu mesmo sou um serial killer, não gostei do começo do texto? Sinto muito, Game Over. Diante disso prefiro trocar a palavra “diploma”, por uma atualmente menos usada, “prudência”.


Já vai fazer uma semana que não ouço direito, na verdade não tem nada a ver com meus ouvidos, o problema esta na boca dos outros. Essa discussão sobre a prudência está um saco. Todos ladram e, até agora, só o STF mordeu. O que me deixa surdo e consequentimente irritado, é que diante de tudo isso, reinam as falácias embrulhadas em papel de seda. O STF votou a favor da queda da prudência no jornalismo - segundo eles - em nome da liberdade de expressão. O Supremo derrubou a prudência sem um debate público, sem discutir a profissão, os riscos, as benécies – por mais que a discussão já fosse de longa data. O Supremo foi imprudente.


E nessa discussão poucos são os que falam algo sensato, com argumentos que não visem única e exclusivamente, o seu umbigo. Os estudantes choramingam pelos cantos das universidades, estudantes do RS fizeram protestos vestidos de palhaços, tudo isso em nome de que? Do jornalismo? Nem sonhando. Os estudantes utilizam o disfarce da “causa da sociedade”, “pelo bem do jornalismo”, pra esconder o verdadeiro argumento, nenhum deles quer ter o seu “tempo perdido” dentro de uma universidade. Novamente eu pergunto, -Será que é tempo perdido?


Do outro lado, as vozes dos profissionais que não receberam a prudência em uma universidade – muitos deles, grandes nomes da imprensa nacional e internacional, os quais nos, estudantes de jornalismo, estudamos suas obras, suas técnicas, suas dicas, estranho não? Pois bem, novamente não se tem uma luta pelo jornalismo. As reivindicações destes, possuem como pano de fundo, a inutilidade do ingresso em uma faculdade para aqueles que já trabalham na área. Novamente, o que reina são os umbigos.


A obrigatoriedade da prudência, para o exercício do jornalismo, foi outorgada durante a ditadura. No entanto, jamais as portas das redações se fecharam para aqueles que se mostraram competentes para o exercício da profissão, nem muito menos para aqueles que a adquiriram em alguns anos de faculdade. A prudência não é garantia de qualidade, competência, profissionalismo, menos ainda a sua ausência. Aos que querem se escorar na prudência adquirida em 4 ou 5 anos de vida acadêmica para conseguir um emprego, boa sorte. Aos que depois de passarem anos em uma faculdade, ou até mesmo em uma redação, não se importando com a prudência, mas sim em serem prudentes, à esses presto minhas admirações, pois todo jornalista, com ou sem prudência, tem a extrema obrigação de serem – quer o STF queria, ou não – prudentes.

5 comentários:

  1. Calango!

    Obrigado pelos comentarios no Genizah, duas coisas boass em uma pois conheci este seu espaço ótimo!
    Agora te sigo de perto! kkkkk

    Abração! Saudades deste tua terra boa!

    Danilo

    http://genizah-virtual.blogspot.com/

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  2. i aê camarada.. passando com a finalidade de elogiar a evolução, textos cada vez melhores.
    pois é, o caso do diploma(prudência)a validação (ou se não o tivesse sido), não acarretou mudanças pra tal alarde, vai continuar na mesma. cabe a cada um como você falou ser "prudente", e ser o melhor na procura do conhecimento. cabe a nós mostrar que fazer jornalismo não é só frequentar uma redação todo santo dia, e sim todos aqueles prérequesitos a "ética", "prudência" e por ai vai.ou então vamos cozinhar ovos por ai, já que jornalismo se equipara a "profissão de cozinheiro".
    muitas ideias pra você, abraço.

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  3. Valeu Diogo... quanto tempo né?
    Muito obrigado pelo elogios...quero vê os seus também rapá..!
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    Não vejo mal algum equipará o jornalismo com qualquer outra profissão, ainda mais com cozinheiro, que agrada a tantos com seus belos pratos, e que se não for um bom cozinheiro, ninguem voltará a comer sua comida (a menos que não tenha opção)...diante disso, acho que o ministro não tinha comparação melhor. [aplausos para o Gilmar Mendes]

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  4. Interessante o texto. Penso que não deveria ter trocado a palavra diploma, pelo menos, por prudência, ficou meio esquisito. Cuidado com a redação, com as concordâncias e com a grafia de certas palavras. Escrever errado é uma gafe imperdoável para um jornalista, diplomado ou não. Em tempo, sou estudante de Comunicação Social, (Radialismo), passível, portanto, de erros na escrita e na conduta, também. Diante da produção chinfrim dos nossos Jornais, TVs, Rádios, Blogs e que tais, penso que, antes de se questionar a obrigatoriedade do diploma, dever-se-ia refletir e muito sobre a qualidade do jornalismo praticado no RN. É isto. Obrigado pela atenção e até a próxima.

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  5. Ôpa Carlos, muito obrigado pela visita, pelas críticas e correções, são sempre muito bem vindas. E concordo com a sua posição quanto a reflexão sobre a qualidade do jornalismo, ja esta passando da hora, espero que quando resolverem discutir abertamente, e seriamente, não seja tarde demais.
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    PS: Quanto a troca da palavra diploma pela prudência - justiça deva ser feita - nem eu gostei...

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