“Viver é verbo irregular, não se conjuga igual para todo sujeito”
Ontem me senti incrivelmente vivo, parecia que eu havia tomado a bebida púrpura: o pãozinho de queijo acompanhado de suco de cajá pesava mais que o normal na minha barriga (e eu já pensava na pizza com amigos a noite); o carinho através da mensagem que recebi no meu celular me emocionava mais que o normal; as roupas de marcas e a cadeira alcochoada me faziam sentir extremamente confortável, ainda mais com aquele forte ar condicionado – eu conseguiria adormecer mesmo estando de cabeça pra baixo.
Eu estava em um treinamento do trabalho. Ainda sou estudante de faculdade, mas já recebo um salário mínimo por trabalhar 5 horas diárias. É, eu tive acesso a educação. Sou a elite cultural do meu país.
Já é fim de tarde, fim de treinamento. Desco as escadas e vou beber água antes de ir embora. É, água era necessário para ajudar a tomar a pílula vermelha antes de sair. Respiro fundo. Dou “adeus” a recepcionista e ao segurança. Hesito. Afundo as mãos nos bolsos como de costume e saio.
Faço um sinal negativo para um menino que me pede moedas – ele cheirava cola por não ter pão de queijo -, dou um “oi” para o ‘pastorador’ de carros e vejo os dois travestis de longe já chegando para o seu trabalho – o turno deles era após o meu (ah, e sobre o pastorador e os travestis, eles não são elite cultural). Antes de chegar na parada cheia de fumaça de comércio informal, passo pelos outdoors de “compre” perto de um grande templo arrodeado de aleijados que não usam roupas de marca. Nenhum, de todos que vi, ganham um salário mínimo por 5 horas por dia, muito menos trabalham em cadeiras alcochoadas e ar condicionado.
Isso tudo em um cenário cinza, as vezes colorido. Mas um colorido frio. De pedra. Ao som estridente de buzinas de carros que entopem as vias e causam problemas cardíacos na cidade.
Caos. Pílula vermelha. Bebida Púrpura.
Já me sinto morto. Há muito tempo.
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Texto do meu amigo Seu Padilha, que pode ser apreciado na Bodega mais próxima.
Oh, rapaz! Esse ome, uma autarquia 'jornalesca' postando um texto da minha humilde pessoa!
ResponderExcluirMaravilha, heim!
Vê só, você engoliu a frase: "Caos. Pílula vermelha. Bebida Púrpura." que vem antes da última.
Abraço!
Ihhh! Foi mal... achei que era uma espécie de "Tag"! Vou resolver isso...
ResponderExcluir.
AH! e fico muito agradecido pelo "elugíu", vos missê que é uma autarquia "literática" perdido em admnistrações. Se ageite rapaz...
Metxido esse Seu Padilha...hahaha
ResponderExcluirMas é... nossa vida é boa até demais, só que a "elite cultural injustiçada" desse país, insiste em reclamar de seus dissabores... Na maioria das vezes, eles nem sabem quais são, mas reclamar inspira e dá pra fazer poema. =)
Reclamar é divertido e ajuda a passar o tempo, é melhor do que se esforçar para mudar alguma coisa, afinal... tentar mudar as coisas é cansativo e nem sempre dá resultado satisfatório. Como ja dise em outro post... VIVA LA FALACION!
ResponderExcluirHey boy... arranjei parceria com vc e o ArsenAl Chronicles... seu banner ja ta la, bota o dele aqui ;D
ResponderExcluirhttp://arsenalchronicles.blogspot.com
dps vou te passar o endereço daquela fotografa q falei
Pô Hessed, valeu mesmo ;)
ResponderExcluir.
AH! mas o banner dele esta dando problema, não aparece nada...
Alex, faça o seguinte... va la no codigo que vc pegou dele, e tire as tags
ResponderExcluirno começo e
no final ... naum estava aparecendo no meu tbm, mas agora funcionou
Realmente, deu certo.. valeu pela dica, Hessed.
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