quarta-feira, 5 de dezembro de 2012
O estranho dia em que me vi apaixonado por uma mulher sem rosto
sexta-feira, 20 de julho de 2012
Dicas de sobrevivência: Precisa-se
quarta-feira, 22 de junho de 2011
A bem vinda
terça-feira, 26 de abril de 2011
__________________Há__________________
terça-feira, 12 de abril de 2011
O Feudo
Tudo o que você sempre quis saber sobre sexo e tinha medo de perguntar
Ai do povo se não fosse o bobo.
Ai do rei se não fosse o povo.
Ai do bobo se não fosse a rainha.
Ai da rainha...
quarta-feira, 6 de abril de 2011
A saideira
É aquele que bebe demais e anda procurando bebidas misturadas. Não fique olhando para o vinho que brilha no copo, com a sua cor vermelha, e desce suavemente, pois no fim ele morde como uma cobra venenosa. Você verá coisas esquisitas e falará tolices. Você se sentirá como se estivesse no meio do mar, enjoado, balançando no alto do mastro de um navio. Então você dirá: "Alguém deve ter batido em mim; acho que levei uma surra, mas não me lembro. Por que não consigo levantar? Preciso de mais um gole."
quinta-feira, 3 de março de 2011
Bolsa Fone – Ou sobre a capacidade de ser feliz num ônibus lotado em horário de pico
Não há como ser feliz num ônibus lotado em horário de pico. Não importa sua religião, filosofia de vida, ou qual livro de autoajuda você está lendo no momento. Não há como ser feliz num ônibus lotado em horário de pico. O inferno tem hora marcada. Das 6h às 8h, das 12h às 14h, e das 18h às 19h. Duas senhoras começam a brigar. Uma reclama da outra que a outra empurrou. No ônibus em que 78 pessoas estão sentadas, 95 em pé, 26 penduradas, e três no colo do motorista, a coisa mais difícil do mundo é saber quem empurrou quem. Uma diz que a mulher tem bunda grande. A mesma agradece e xinga a outra que “não tem”. Nesse bate-boca uma criança começa a chorar. A mãe, aparentemente uma marinheira de primeira viagem, dá chupeta, balança, empurra uma mamadeira, brinquedo, canta, até que enfia o peito na goela do menino. Silêncio. Nesse comboio do inferno, o cobrador, de parada em parada, faz uma participação especial mandando todo mundo afastar pra dar mais espaço e caber mais passageiros. Entre os dentes, ele manda também – de todo o coração - cada um tomar no seu devido lugar. As senhoras idosas, com mais de 60 anos, também aparecem de parada em parada, gritando o mais alto que podem e reclamando das pessoas que não cedem seus lugares. Principalmente um grupo de estudantes de Ensino Médio de alguma escola particular, onde os pais pagam uma mensalidade na faixa de R$ 500 para os filhos passarem no vestibular. Educação não está incluso, isso já é assunto pra outros 500. Sinal vermelho. Ônibus parado. Uma pessoa passa, do lado de fora do ônibus, entregando folhetos de uma loja de eletroeletrônicos pela janela. Celulares que tiram foto, telefonam, e tocam mp3. Agora sim o inferno começa a esquentar. Provavelmente foi num desses folhetos de lojas de eletroeletrônicos, que o sujeito moreno, sentado, encostado na janela, camiseta regata, boné colorido, comprou seu telefone bacana dividido em 12 parcelas iguais de R$ 49,92 sem juros no cartão da loja. Sem se preocupar com a situação caótica em que ônibus se encontra – e por que não dizer em que o mundo se encontra – o sujeito pega seu celular, clica no menu, seleciona a opção “Player/Tocador de mp3”, e executa seu arsenal de “músicas legais” e “hits de carnaval” – também encontrado na versão “hits de vaquejada” – no volume mais alto do seu aparelho de telefonia móvel, ignorando completamente a maravilhosa e revolucionária invenção dos fones de ouvido. O projeto para erradicação da pobreza, presente no atual governo do Brasil, foi denominado Bolsa Família. Eu acredito que toda pessoa precisa ser feliz. E é por isso que eu digo que não há como ser feliz num ônibus lotado em horário de pico, e com um sujeito escutando músicas em seu celular sem a utilização de um fone de ouvido. Talvez ele tenha que alimentar a família, pagar o aluguel, conta de água, luz, passagens. Tento encontrar alguma explicação, por mais absurda que possa parecer, para justificar a não aquisição de fones de ouvido por parte desses senhores. Assim como o Bolsa Família tem feito algumas famílias mais feliz, acredito que um Bolsa Fone faria muito mais. Um financiamento, por parte de Governo Federal, para aquisição de um fone de ouvido para cada portador de celular com tocador de mp3, seria uma iniciativa que faria o cotidiano, o dia-a-dia, a vida, o Universo, mais feliz. Os ônibus continuariam lotados, as pessoas continuariam se empurrando, as mulheres de bunda grande continuariam com seus glúteos avantajados, as crianças continuariam chorando, o cobrador continuaria mandando o pessoal tomar nos seus devidos lugares, as senhoras continuariam reclamando da falta de educação dos estudantes de Ensino Médio da escola particular que por R$ 500 faz seu filho passar no vestibular. Tudo continuaria da mesma forma. Com exceção do rapaz, que estaria contente por poder escutar suas “belas” músicas em paz. Entendo que seja difícil não poder compartilhar seu gosto musical com outras pessoas presente no mesmo transporte coletivo, e que possivelmente estejam interessadas nas mesmas músicas. Mas garanto que ele poderá descobrir como é fascinante a tecnologia extraordinária de um fone de ouvido, e só assim eu poderia reescrever todo esse texto falando da possibilidade de um cidadão ser feliz ao pegar um ônibus lotado em horário de pico.